8.10.08

Ressurreição do filho de uma viúva - Lc 7, 11-17

3. A intriga ou trama

Para podermos compreender melhor qual o fio condutor deste realto e a coerência do argumento narrativo, apresentamos, agora, a sua estrutura quinária. A situação inicial é-nos dada pelo v. 11: “Em seguida, dirigiu-se a uma cidade chamada Naim, indo com Ele os seus discípulos e uma grande multidão”. O nó da acção é-nos dado pelo v. 12: “Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade”. A acção transformadora está presente no v. 13-14: “Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela (…) tocou no caixão (…) disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!» ”. O desenlace é-nos dado pelos v. 15-16: “O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe. 16O temor apoderou-se de todos, e davam glória a Deus, dizendo: «Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!» ”. Por fim, a situação final cabe ao v. 17: “E a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região”.


3.1 Modalidades de acção

Neste relato encontramos as seguintes modalidades de acção:

- Dever/fazer: v. 12: “Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade”.


- Querer/fazer: v. 13: “Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: «Não chores.»”

- Poder/fazer: v. 14-15: “Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o transportavam pararam. Disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!» O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe”.

- Saber/fazer: v. 16: “O temor apoderou-se de todos, e davam glória a Deus, dizendo: «Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!»”


Neste relato vemos como as modalidades de acção influenciam o sujeito da acção transformadora. Neste caso, em particular, temos a modalidade do saber/fazer. No nosso caso o sujeito da acção transformadora, o defunto que Jesus devolve à vida, não é o destinatário desse saber, mas sim aqueles que o acompanhavam e presenciaram este acontecimento, já que eles ficaram em posse de um conhecimento que antes não tinham: reconhecem que Deus está com eles e têm a Jesus como um grande profeta.

Quanto à intriga esta é de revelação, pois a trama culmina numa obtenção de conhecimento: reconhecimento de Jesus como profeta.

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