8.10.08

Ressurreição do filho de uma viúva - Lc 7, 11-17

2. Limites do relato

Podemos delimitar este relato tendo em conta vários critérios. Atendendo ao critério tempo encontramos a expressão “em seguida” no v. 11. Quanto ao espaço podemos delimitar o relato através das seguintes indicações espaciais: v. 11: “dirigiu-se a uma cidade chamada Naim”; v. 12: “perto da porta da cidade”; v. 17: “a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região”. Neste relato intervêm vários personagens que contribuem para o desenrolar da acção narrativa. Assim sendo temos: Jesus, os discípulos e uma grande multidão (v. 11); um defunto, sua mãe, que era viúva e gente da cidade a acompanhá-la (v. 12); aqueles que transportavam o caixão (v. 14).

Este relato apresenta uma continuidade temporal, que nos é dada pela expressão “em seguida” (Lc 7, 11), e literária, pois estamos diante de milagres operados por Jesus, com o relato que o antecede (Lc 7, 1-10). Apresenta, para com o mesmo, uma descontinuidade espacial, já que no antecedente a acção desenrola-se em Cafarnaúm e no relato que estamos a analisar a mesma decorre em Naim, e uma descontinuidade de personagens. Já com o relato que o precede apresenta uma continuidade temática, espacial e temporal. A descontinuidade regista-se ao nível de personagens e de género literário.

Por fim apraz-nos dizer que este relato faz parte de uma sequência narrativa que vai desde Lc 7, 1 a 7, 50. Esta sequência trata do reconhecimento da autoridade profética de Jesus.


2.1 Quadros

Podemos dividir este relato em quatro cenas ou quadros. Assim senod temos um primeiro quadro no v. 11, no qual vemos Jesus dirigindo-se para Naim com os discípulos e uma multidão que o acompanhava. Um segundo quadro é composto pelos v. 12-13, onde nos deparamos com uma situação que ocorre às portas da cidade. Jesus e os que iam com ele vêm um cortejo fúnebre. Ao ver isto Jesus compadece-se da mãe que perdeu o seu filho. Um terceiro quadro é composto pelos v. 14-15, nos quais Jesus devolve a vida ao defunto. Por fim um quarto quadro formado pelos v- 16-17, onde podemos ver a reacção de espanto de todos os presentes e os louvores a Deus por aquela acção milagrosa que tinham acabado de presenciar: Jesus ressuscitar um defunto.

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