10.10.08



A entrada de Jesus em Jerusalém (Mc 11, 1-11)

1 Quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou Jesus dois dos discípulos 2 e disse-lhes: “Ide à aldeia que está aí diante de vós, e, logo ao entrar, achareis preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendei-o e trazei-o. 3 Se alguém vos perguntar: Porque fazeis isso? Respondei: O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para aqui. 4 Então, foram e acharam o jumentinho preso, junto ao portão, do lado de fora, na rua, e o desprenderam. 5 Alguns dos que ali estavam reclamaram: Que fazeis, soltando o jumentinho? 6 Eles, porém, responderam conforme as instruções de Jesus; então os deixaram ir. 7 Levaram o jumentinho, sobre o qual puseram as suas vestes, e Jesus o montou. 8 E muitos estendiam as suas vestes no caminho, e outros, ramos que haviam cortado dos campos. 9 Tanto os que iam adiante dele como os que vinham depois e clamavam: Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hossana nas maiores alturas! 11 E, quando entrou em Jerusalém, no templo, tendo observado tudo, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze.

8. O texto e o seu leitor

O leitor deste relato é confrontado com a forma como Jesus é recebido e aclamado, e como que acompanha Jesus na sua entrada em Jerusalém. Com a multidão e os discípulos, também o leitor é levado a aclamar Jesus como o Messias, como «o que vem em nome do Senhor» (v.9) e que traz consigo «o reino que vem, o reino de Davi» (v.10). Trata-se pois de um episódio fácil de imaginar e de visualizar na cabeça do leitor.

Por outro lado, este texto destina-se também a um leitor que conheça um pouco da história do Antigo Testamento, a fim de que compreenda a simbologia do jumentinho (profecia de Zacarias acerca da condição humilde do Messias), e o significado do messianismo que Israel esperava, diferente daquele que Jesus vem realizar. É que o narrador não traduz o valor real dessas imagens: esse trabalho cabe ao leitor fazê-lo; o autor espera que o leitor o possa e saiba fazer. De resto, é nessas questões e simbolismos que reside toda a força do texto.

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