13.10.08

9 Cura de um paralítico (Mc 2,1-12; Lc 5,17-26; Jo 5,1-9)

1Depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe um paralítico, deitado num catre. Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados.» 3Alguns doutores da Lei disseram consigo: «Este homem blasfema.» 4Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Porque alimentais esses maus pensamentos nos vossos corações? 5Que é mais fácil dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou: levanta-te e anda? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder para perdoar pecados – disse Ele ao paralítico: levanta-te, toma o teu catre e vai para tua casa.» 7E ele, levantando-se, foi para sua casa. 8Ao ver isto, a multidão ficou dominado pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

1. Primeira aproximação
· O narrador é extradiegetico e intra diegético

2. Os limites do texto:
Situação inicial: VV1 (depois disto, subiu para o barco, atravessou e foi para a sua cidade)
Nó: VV2 (apresentaram-lhe um paralítico)
Acção VV6 (Levanta-te, toma o teu catre e vai para a tua casa).
Desenlace VV8 (ao ver isto a multidão ficou pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens).
Situação final VV8 (Ao ver isto a multidão ficou pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens)
Critérios:
Espaço VV1; depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade.
Tempo VV1 (depois disto, subiu e foi para a sua cidade).
Personagens:
VV1,2,4,5 e 6 Jesus
VV2,3,7 e 8 o paralítico, os homens que o ajudam, os doutores da lei e a multidão.
Tema: milagre.

3. A Intriga ou trama
Presença das modalidades de acção
Dever/fazer VV2 (A fé deles)
Querer/fazer VV2 (…Filho tem confiança)
Saber/fazer VV6 (Levanta-te toma o teu catre e vai para a tua casa
Poder/fazer VV 6 (o que é mais fácil dizer: os teus pecados estão perdoados ou levanta-te e anda)?
As modalidades de acção influenciam o sujeito da acção transformadora através da sua sequência lógica.
Jesus é quem possui o saber/fazer e o poder/fazer. Ele é que veio curar os enfermos através da fé de todos os que o procuram de coração sincero e ao reconhecerem que Ele tem o poder de dar a vida e a vida em abundância. Cristo tem o poder que lhe vem conferido pelo Pai, mas só manifesta quando encontra alguém que com o fé o procura e procurando-o reconhece como o Senhor da Vida.
a intriga é de acção e revelação. Basta olhar para o versículo 6 (pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra, o poder para perdoar os pecados – disse ao paralítico levanta-te e anda)




4. Os personagens
Individuais: Jesus e o paralítico VV1, 2, 4, 6 e 7.
Colectivas: os que apresentaram-lhe um paralítico, os doutores da lei e a multidão. VV2, 3 e 8.
Temos como hierarquia: Jesus, o paralítico, os que apresentaram o paralítico, os doutores da lei e a multidão
Os protagonistas são Jesus e o paralítico os que apresentaram-lhe a Jesus e doutores da lei.
Os secundários: a multidão.
Redondo Jesus e o paralítico.
Planos doutores da lei e a multidão.
Emissor narrador
Destinatário: leitor
Sujeito Jesus
Objecto: o paralítico
Oponente: os doutores da lei
Adjuvante: Os que apresentaram-lhe um paralítico deitado num catre.
Quem provoca a transformação é Jesus movido pela fé dos que procuram a cura do paralítico e também a vontade do próprio paralítico ainda que esta não esteja explicita.
Há de facto uma empatia entre Jesus com os que apresentaram-lhe o paralítico e o próprio paralítico.
Em relação aos doutores da lei há uma antipatia.
O relato mexe com toda a existência da pessoa humana ao provocar reacções como o temor da multidão e ao mesmo tempo que Glorifica a Deus pelo milagre.
A focalização interna vem de Jesus apontada para os doutores da lei (vv4: Jesus conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes:…
A focalização externa VV2 (Vendo a fé deles disse ao paralítico…)
Focalização zero VV 5 (que é mais fácil dizer: os teus pecados te são perdoados ou levanta-te e ainda)?
A posição do leitor é superior à dos personagens, uma vez que temos connosco o acesso a toda informação acerca do que se passa nesta narrativa.

5. O enquadramento.
A cronologia tem um valor simples, isto é; factual.
Movimentos espaciais que podemos encontrar aqui são Subiu para o barco atravessou o mar e foi para a sua cidade1: VV1 aqui, convêm também realçar que os movimentos são de aproximação. Os dados espaciais inscrevem-se num esquema político, tipográfico, cidade num lugar público e casa.
o relato procura de certa forma, despertar ao crente e não crente a necessidade de procurar Jesus e reconhecer como Senhor da vida, depositando nele toda nossa confiança com fé viva e ardente.

6. Temporalidade:
Temos a cena. Estamos perante o ritmo normal da acção, o tempo que leva a contar é igual ao tempo da história; do próprio acontecimento. As variações na velocidade do relato são: Pausa descritiva: é uma ventilação de narração onde aquilo que acontece é zero a nível da acção mas entre o tempo do discurso é maior que o tempo da pausa.
Sumário é uma aceleração da narrativa, o modo de contar é breve, mas a historia que se conta é longa: A cura do paralítico.
Nesta narrativa não temos, analepses e prolepses. O relato é interactivo.



7. A “voz” narrativa.
o narrador é quem fala. Fala da casa, dos doutores da lei que sempre se apresentam como seus oponentes. Apresenta a visão do mundo numa linha extensiva, ou seja, sob perspectiva judaica. Os versículos 2, 3, 4 e 8 são provas que o narrador nos mostra o seu timbre, ou então, o seu estilo inconfundível. O narrador procura fazer chegar ao seu leitor a pessoa de Jesus e deu ministério. Jesus aparece como alguém preocupado com bem estar físico e espiritual do Homem e esta lição que aqui nos é deixada ser de exemplo de exortação, a preocupação pelo irmão ao lado, a vida do outro deve estar em primeiro lugar do que todo resto do nosso trabalhos. Somos chamados com e por Cristo a ser uma mão que se dispõe ao serviço graduado para com o próximo. Tudo faz numa linha simbólica.

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