29.10.08


Uma espécie de Resumo do
Evangelho de S. Marcos

Desde dos princípios da sua narração, caminhando até às últimas páginas, o evangelho de Marcos pretende revelar algo completamente novo e urgente a ser transmitida. É uma narrativa composta por apenas 16 capítulos onde o narrador quer revelar transformações, encontros e revelações acontecidas a pessoas concretas da história na pessoa de Jesus.

O Evangelho começa logo por revelar a missão de João Baptista e qual é a identidade de Jesus que é revelada da voz de Deus no seu baptismo: “«Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.» (Mc 1, 11). Sem tempo a perder, Espírito conduz Jesus para o deserto onde ele aí será tentado.

Após estes acontecimentos o narrador conduz o leitor a seguir os acontecimentos de curas, perdões, chamamentos, discursos, discussões com as classes sociais presentes, de forma que o leitor possa ganhar empatia com a pessoa de Jesus e apatia com os que se fazem de inimigos de Jesus. Estes acontecimentos, que nos vão revelando o ministério de Jesus, acontecem na Galileia: Cafarnaum, Nazaré, Gerasa, Genesaré. Durante estas passagens por terras das Galileia o narrador vai dando a perceber os choques e as confusões que Jesus vai tendo com as tradições judaicas.

Após estas visitas na Galileia, Jesus vai caminhando em direcção a Jerusalém. Passando por terra de Tiro, Sidom e Decápole (7, 24-10,52). Encontramos aqui outro clima diferente do anterior. O tempo não parece correr tão rapidamente e o narrador vai fechando o leque de personagens onde muitas vezes aparece apenas Jesus e os seus discípulos. O discurso aqui é mais cuidado e mais comprometedor com a missão de Jesus existindo uma tensão entre o que Jesus quer transmitir e a ignorância dos discípulos que nada conseguem entender. Podemos compreender isto nos três anúncios na sua paixão (Mc 8, 31-33; 9,30-32, 10, 32-34). Estes três aparecem com que a marcar os ritmos e a lembrar qual é a missão de Jesus. Antes destes três anúncios encontramos a confissão de Pedro: «Tu és o Messias.» (Mc 8, 29). Jesus pede silêncio sobre esta afirmação.

Já no capítulo 11 até ao 13 inclusive, encontramos sucessivos confrontos e profecias que são dadas pela boca de Jesus em resposta a falsas perguntas dos fariseus e dos doutores da lei. Quase que podemos dizer que aqui Jesus é visto como um profeta.

Continuando a seguir a estrutura da bíblia dos Capuchinhos entramos agora a última grande parte intitulada por “Paixão e Ressurreição” que começam pelo capítulo 14 até ao fim do evangelho.

A nível de género literário encontramos perante uma narração que comporta uma tenção que foi aos poucos sendo alimentada desde o inicio do evangelho e que encontra aqui o seu máximo. Jesus é agora rejeitado por todos. Ele é gerador de Tenção de Cultura, Religião e Povos. Esta rejeição acontece também a nível dos discípulos, aqueles que viviam mais intimamente a missão de Jesus. (cf. Mc 14, 10-11; 14, 27-31; 66).

Nesta passagem é jogada as posições de Jesus com os Discípulos (ultima ceia, oração de Jesus no Horto,…), com a religião (tribunal judaico cf. Mc 14, 53 ss), com a sociedade (Jesus perante Pilatos (cf. Mc 15, 1-5), “«Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!»” Mc 15, 39).

Jesus é condenado por todos e morre na Cruz onde aí, o que era o segredo Messiânico querido por Jesus durante a sua peregrinação na terra é quebrado pelo centurião que o reconhece publicamente quando este se encontra levantado na Cruz: “«Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!»” Mc 15, 39).

Como cada homem Jesus experimenta também o abandono de Deus, Morre e é sepultado. O capítulo 16 revela um novo dinamismo aquilo que é o comum. Jesus faz-se visivel às mulheres, aos discipulos e faz-se ver na Galileia a Subir aos céus.

E “o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.” (Mc 16, 20).

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