18.12.08

Resumo de Marcos

O Evangelho de Marcos é o mais breve e certamente o mais antigo Evangelho e centra-se, essencialmente, na pessoa de Jesus, nos seus ensinamentos e na sua identidade. Marcos não foi uma testemunha directa de Jesus mas terá procurado nas comunidades aquilo que permanecia e era recordado sobre Jesus.
Ao ler este Evangelho somos confrontados com um momento que nos prepara para a vinda d’Aquele que há-de vir à frente e baptizar no Espírito Santo. Vemos, então, João Baptista que aparece a pregar no deserto um baptismo de arrependimento para remissão dos pecados, e acaba por baptizar a Jesus, fazendo-se ouvir a voz de Deus que confirma a missão para a qual enviou o seu Filho muito amado, ao mesmo tempo que se rasgam os céus e a pomba do Espírito Santo pousa sobre Jesus. Este é o sinal de que o Espírito de Deus encarna na humanidade através de Jesus.
Este mesmo Jesus, na sua vida pública, é sujeito às tentações que assolam ainda o homem de hoje e, depois de vencidas, parte para a Galileia onde começa a ensinar e a chamar “pescadores de homens”, disponíveis para o seguir. Este é um elemento importante neste Evangelho de Marcos.
Jesus, que nada fazia sem a oração, para além do ministério da Palavra exerce o ministério da cura, através dos múltiplos milagres que realiza e o tornam ainda mais conhecido e, ao mesmo tempo, muito contestado.
Mas a necessidade de uma confirmação da missão de Jesus reúne os discípulos à sua volta, que o confirmam como o Cristo. É a confissão de Pedro na Cesareia de Filipe que nos traz, deste modo, uma nova intenção do autor nos demonstrar a missão de Jesus. Porém Jesus ralha com Pedro e manda-o fazer silêncio.
No capítulo 8 Jesus começa a ensinar que o Filho do homem deve sofrer, ser rejeitado, morto e, ao terceiro dia, ressuscitar. Este é o ponto central do ensinamento de Jesus.
Nos restantes 8 capitulos somos levados até ao sul, na Judeia. Aqui a incompreensão das gentes e os trágicos acontecimentos de Jerusalém explicam-nos o tipo de Messias que é Jesus de Nazaré. Toda e qualquer dúvida ou ambiguidade é-nos esclarecida quando na Cruz nos deparamos com a derradeira confissão de fé: «Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus” (Mc 15,39).
A Ressurreição confirma a verdade desta afirmação enquanto nos indica o caminho da Salvação no projecto de quem se entrega sem reservas, disposto a perder a sua vida.

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