| Mt. 9, 23 - 26 | Mc. 5, 35 - 43 | Lc. 8, 49 - 56 |
Relato Anterior | Cura de uma mulher enferma | Cura de uma mulher enferma | Cura de uma mulher enferma |
Relato Posterior | A Cura de Dois Cegos | Pregação de Jesus em Nazaré | As Instruções dos Doze |
Particularidades de cada Relato | Relato mais curto. Milagre é público (fama de Jesus que se espalha naquela região). | O uso do Aramaico por Jesus no momento da cura (Talitá Cum). Cura em Segredo. Escolha dos Apóstolos (Pedro, Tiago e João). | Cura em segredo. Os pais da menina ficam maravilhados pela cura da menina. |
Pontos em comum de cada relato:
- “Não choreis, ela não está morta, mas dorme” esta intervenção de Jesus aparece nos três relatos evangélicos.
- O riso das pessoas por não compreenderem o que Jesus disse.
- A acção “curativa” de Jesus ao tomar a menina pela mão.
- Relato em "sandwich" porque antes do relato da cura da mulher enferma aparece o pedido do Pai nos três Evangelhos.
Um comentário:
Josef Schimd, El Evangelio según San Marcos, Editorial Herder,p.163:
«O enlace destas duas narrações de milagres é tão intimo e tão natural que é impossível considerá-lo como obra do evangelista. Trata-se evidentemente da reprodução da realidade histórica.» Será?
Schmid diz que sim porque:
No relato de Marcos (original?), o que Jairo pede inicialmente (a cura da filha), não é o milagre que Jesus veio a realizar, porque entretanto a menina morre...
Mas, em Mateus ela já está morta quando o pai se abeira de Jesus. Há nisto uma simplificação em relação a Marcos.
Quanto a Lucas, este não põe Jairo a falar em discurso directo mas usa antes o indirecto. Outra simplificação.
Mas o relato de Marcos é apenas realidade histórica?
A referencia aos doze anos da doença de hemorroíssa é comum aos três evangelhos. Mas os doze anos da filha de Jairo, só Marcos é que o refere. Coincidência? Construção.
O que não contradiz a afirmação de Schimd da qual partimos. A partir do facto histórico, o evangelista elabora a sua teologia, não deturpando, mas introduzindo preciosos detalhes, que no fundo, dão todo o sabor ao texto...
Postar um comentário